A vacinação é uma importante aliada na prevenção de doenças, tanto para seres humanos quanto para animais.
As vacinas para gatos fazem parte dos principais cuidados que você deve ter com o felino, pois atuam na proteção contra doenças virais, do complexo respiratório, do trato digestivo e diversas outras que prejudicam o bem-estar do animal. Por isso, é essencial manter-se em dia com o programa de vacinação de filhotes e reforços anuais para as principais patologias.
Essas ações, associadas a cuidados médicos e nutricionais, fazem com que a incidência de doenças diminua consideravelmente. Felizmente, cada vez mais profissionais têm se especializado em medicina felina, o que garante a esses animais um acompanhamento específico e direcionado, tanto no diagnóstico quanto em tratamentos preventivos.
Para te deixar ciente do calendário de vacinação em gatos, separamos uma lista com as principais vacinas que o felino deve tomar. Confira:
Pré-vacinação: vermífugo
Antes de tomar as vacinas, é indicado que o gato tome a primeira dose do vermífugo a partir dos 30 dias de vida. Assim, você evita que ele apresente algum problema de saúde antes da vacinação, além de prevenir a contração de verminoses, é claro.
A verminose é uma doença transmitida pelo gato já infectado ou pelo contato com água, comida ou fezes contaminadas. Apesar disso, felinos que não saem de casa e nem possuem relação com outros animais também podem contrair a patologia, que, em casos mais graves, leva a óbito.
Os vermes podem provocar diversos sintomas, os mais comuns são:
- Fraqueza;
- Perda de apetite e de peso;
- Vômito;
- Diarreia;
- Coceira.
Ao notar a presença de algum desses sintomas ou de vermes nas fezes do felino, vá imediatamente para um hospital veterinário.
Como mencionamos, a primeira dose do remédio costuma ser dada assim que o felino completa um mês. Depois, a segunda e terceira dose são dadas em intervalos de 15 dias e os reforços são mensais até o sexto mês de vida. Após isso, a frequência depende do estilo de vida e hábitos do gato. Para saber a hora certa de dar o vermífugo para seu pet, consulte um veterinário.
Antirrábica
A vacinação contra raiva é obrigatória para todos os animais e pode ser aplicada a partir do quarto mês de vida. Ela é tomada em dose única e deve ser reforçada anualmente, durante toda a vida do felino.
A raiva é responsável por alterar o sistema neurológico do gato, afetando o comportamento, agressividade, apetite e outro hábitos. Vale destacar que ela não tem cura e que a vacina é a única maneira de prevenir a doença.
Por isso, não hesite: consulte um médico de confiança e garanta a vacina de gato assim que seu pet chegar na idade adequada.
V4 ou V5
Apesar de não ser obrigatória, a vacina polivalente é extremamente importante e evita diversas doenças perigosas. A V4, vacina polivalente quádrupla, protege o felino contra rinotraqueíte, calicivirose, panleucopenia e clamidiose felina. Já a V5, vacina polivalente quíntupla, previne também a leucemia felina. Saiba mais sobre as doenças a seguir:
- Rinotraqueíte: é a famosa gripe felina. Apesar de ser comum, é altamente contagiosa e pode ser fatal. Seus sintomas mais frequentes são: espirros, secreções nasais, rinite, salivação, conjuntivite, febre e perda de fome. Não é transmitida para seres humanos;
- Calicivirose: apresenta sintomas parecidos com a rinotraqueíte e também provoca úlceras na cavidade oral. Costuma ser transmitida por felinos infectados e não atinge os seres humanos;
- Panleucopenia: doença transmitida pelo gato, resíduos ou objetos infectados. Seus principais sintomas são febre, vômito, perda de apetite, fraqueza e diarreia. Além disso, a patologia viral pode debilitar a coordenação motora. Não é transmitida para humanos nem outros animais de estimação;
- Clamidiose: patologia que atinge a membrana ocular e, em seguida, o sistema respiratório. Os indícios mais comuns são: conjuntivite, corrimento nasal e ocular, espirros, dificuldade para respirar, febre, perda de apetite e apatia. Pode ser transmitida para os seres humanos e outros animais de estimação;
- Leucemia felina: a FeLV (Feline Leukemia Virus, ou Vírus da Leucemia Felina) afeta o sistema imunológico e deixa o gato exposto a diversas infecções. Pode ser contraída através do contato com o leite materno, saliva ou resíduos de felinos infectados. Entre os sinais mais comuns, estão a perda de apetite e de peso, secreção nasal e ocular, diarreia e inchaço das células linfáticas. Não é transmitida para pessoas.
É recomendado que a V4 ou V5, assim como qualquer outra vacina para gato, seja aplicada entre 45 e 60 dias de vida. Isso porque alguns filhotes de mães vacinadas recebem – através da amamentação – anticorpos contra as doenças para quais a mãe foi vacinada. Esses anticorpos podem inativar as vacinas caso os filhotes sejam vacinados muito jovens.
Após a primeira dose, é preciso tomar a segunda e terceira dose da vacina em intervalos que vão de 21 a 30 dias.
Além disso, é importante ressaltar que a vacinação em gatos deve ser realizada após a primeira dose de vermífugo, se o animal estiver saudável, sem febre ou diarreia. Por isso, é fundamental consultar um veterinário antes da aplicação. Em hipótese alguma, tente dar a vacina em gato por conta própria.
Efeitos colaterais
A maioria das vacinas para gatos não possui efeitos colaterais significativos, mas é possível que uma parcela dos felinos apresente reação alérgica, dor local, febre ou nódulos vacinais fibrosos (que desaparecem em poucos dias). Existem ainda relatos de neoplasias cutâneas (sarcomas) relacionadas a algumas vacinas de gatos, mas a incidência é muito baixa.
Tenha atenção aos sintomas e caso note algo fora do comum, vá para um hospital veterinário o mais rápido possível.
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Dra. Fernanda Serafim
CRMV- SP: 23.902
Veterinária